Alguns motivos pelos quais eu odeio a palavra “sustentabilidade”
Por favor, menos lágrimas e mais neurônios
Preparem as máscaras para a poluição do marketing verde!
Eu odeio a palavra “sustentabilidade”. Não me leve a mal, caro leitor. Também odeio palavras como “paradigma”, “reengenharia”, “recursos”, “alavancar” e várias outras que, de tão usadas, acabam não significando nada. Mas a bola da vez é a sustentabilidade.
Tudo começou com algo chamado “externalidades”. A grosso modo, externalidade é quando algo que você faz atinge alguém de fora. Se você dá uma festa em seu apartamento e incomoda os vizinhos com o barulho, está gerando uma externalidade negativa. Um pessoal que não tem nada a ver com sua festa está sendo incomodado com a sua diversão. O mesmo ocorre quando você resolve comprar um carro e deixar de andar de transporte público - você fica mais confortável, mas o carro de cada um de nós ocupa espaço na rua e polui o ar que todos os outros respiram.
Simples assim. Dizer que algo é sustentável, portanto, é identificar as tais externalidades negativas de uma atividade, e procurar formas de causar menos mal à nossa volta. Em tese tudo isso é ótimo, a própria ideia de stakeholder é procurar fazer com que administradores de empresas observem o ambiente ao seu redor e procurem uma forma de diminuir qualquer mal que façam, seja ao ambiente, à vizinhança, a uma classe de funcionários e assim por diante.
Quem, afinal, quer causar problemas à sua volta? Tornar um negócio ou uma empresa em algo sustentável significa dizer que ela “se sustenta” e não depende de prejudicar ninguém com suas atividades. Claro que no mundo real poucas fábricas realmente conseguirão zerar seu impacto negativo em todas as áreas possíveis e imagináveis, mas a diminuição de tais impactos, junto ao avanço da tecnologia, é o melhor caminho para tornar o mundo mais sustentável de uma forma equilibrada e realista. Um carro que faz 12 quilômetros por litro é preferível a um que faça 8.