Algumas notas sobre economia num mundo de geografias unicelulares
O mundo atual caminha em direção a um modelo em que para se fazer presente, você não precisa mais estar fisicamente, basta estar integrado às redes que configuram as relações pelo planeta. E isso afeta as dinâmicas de economia, política, cultura, educação... É um modelo que recebe muitas críticas, mas elogios também, pois consolida novas formas de inteligência coletiva capazes de estreitar o diálogo entre povos.
As tecnologias tem permitido relativizar as distâncias entre os lugares. Além disso, elas são parte de uma configuração que permite acesso e responde por formas inéditas de inclusão, tanto em termos geopolíticos quanto demográficos. Mas até aí, não há nenhuma novidade, porque por exemplo, desde as grandes navegações as distancias já vem sendo encurtadas devido ao desenvolvimento das ferramentas disponíveis.
A característica que difere o mundo atual é a disponibilidade de estruturas informacionais que, em redes cada vez mais complexas, se configuram como células. Só que as instituições existentes ainda adotam formas de organização incompatíveis com a fluidez possível nesses espaços. O autor faz uma crítica às instituições. Para ele, o tecido institucional afeta a produção cultural emergente na sociedade em rede.
É proposta então uma discussão sobre, diante do crescimento do papel das corporações, os reflexos da expansão das marcas no sistema de redes atual, e como isso tira a essência das discussões sobre cultura.
Não vemos mais debates da população sobre os eventos musicais e a relação com as marcas que os patrocinam. Hoje em dia, os grandes eventos, independente do gênero, são praticamente todos financiados pelas mesmas empresas, que muitas vezes produzem os eventos melhor do que realizam os seus serviços primários. É um mundo de cultura de marcas. E os debates sobre as marcas patrocinadoras às vezes são mais incisivos que os debates sobre o próprio evento em si ou sobre como