alguma coisa
A AFIRMAÇÃO POLÍTICA DA COMMONWEALTH
a) burguesia e Commonwealth
Os fatos por nós apontados como formadores do conjunto-modelo de mais amplo rompimento com o passado centralizador do absolutismo e do cristianismo católico marcaram em seu tempo na Inglaterra a transição de um reino absolutista, no qual seus sujeitos se pensavam como unidade política entre reis e súditos, para uma monarquia de tipo constitucional. Ao redigir a Bill of Rights e coroar Guilherme III sob juramento de seus termos, o Parlamento consolidou-se oficialmente como representante da Commonwealth e, porque limitador e controlador da ação do rei por meio da Bill of Rights, fez-se Poder supremo, em total correspondência com a sua transformação de casa de debates, acordos, petições e concessões aos monarcas em instituição legislativa, isto é, em Poder Legislativo.
Na base de tal transformação, embora naquele tempo não pudesse ser declarado ou muitas vezes sequer compreendido assim por seus atores, estavam as razões que nos levam a repetir que então começava a nova ordem política que mais tarde se espalhou pelo mundo: a civilização. Afinal, mesmo que dos reis não viessem a afastar a palavra soberania, o seu objeto não mais lhes pertenceria na prática política inglesa. Essa qualidade atribuída a aquilo que é considerado acima de todas as coisas passara do rei para a Commonwealth, representando-se como sociedade civil, agora de fato a sua possuidora. Os valores que passaram a ficar acima de todos os outros foram os valores civis, não mais os valores eclesiásticos sob os quais a Igreja fundamentara as dinastias europeias em Deus e, em consequência, as suas monarquias. A nova fonte de fundamentação política em Deus era a Natureza. Por isso, tomar o poder, como em 1648, não bastara. Em seguida àquela tomada, a Commonwealth vivera o impasse de não conseguir fazer-se governo. Tomar decisões em seu nome, como Cromwell fez em seu