Compositor, organista, pianista e regente brasileiro nascido em Fortaleza, Estado do Ceará, de características rítmicas essencialmente nacionalistas, considerado o pai da canção de câmara brasileira, tendo insistido na necessidade de utilização do idioma nacional na música de concerto, como mais uma forma de nacionalizar a linguagem musical. Desde cedo mostrou seu talento e aos 8 anos, mudou-se com a família para Recife, capital do Estado de Pernambuco. Aprendeu música com o pai, o maestro e professor de violino e organista da antiga catedral, Vítor Augusto Nepomuceno. Ficou órfão aos 16 anos, tendo que trabalhar numa tipografia e dar aulas de piano para sustentar a família, mas nunca abandonou os estudos musicais e depois se tornou diretor musical do Clube Carlos Gomes (1882). Regressou à Fortaleza (1884), onde se filiou ao grupo abolicionista Centro 25 de Dezembro através de suas ligações com João Brígido e João Cordeiro. Essas suas atividades abolicionistas fizeram com que o Governo Imperial negasse uma ajuda para aperfeiçoar sua formação musical na Europa. Mudou-se sem a família para o Rio de Janeiro, onde fez inúmeras apresentações e conheceu vários artistas e intelectuais de prestígio como Olavo Bilac, Aluísio de Azevedo e Machado de Assis. Foi nomeado professor de piano do Clube Beethoven e depois de uma turnê nordestina (1888), com a qual arrecadou fundos sufivienetes para viajar para a Europa. Morou em várias capitais européias e fez grande sucesso com seu trabalho. Estudou na Academia de Santa Cecília, em Roma, onde foi discípulo de Terziani. Depois, com bolsa de estudo do Governo Brasileiro, transferiu-se para Berlim, onde estudou no Conservatório Stern. Casou com uma alemã, com quem teve 4 filhos, conheceu vários compositores famosos da época. Regeu várias peças pelo Velho Continente e também estudou órgão em Paris. Incorporou com grande estilo a tradição popular à musica erudita e divulgou o trabalho de compositores brasileiros pela Europa. Voltando ao