Alexandria
Passa-se no final do século IV D.C., mais precisamente em 391 D.C., época em que o Império Romano estava à beira de um colapso. A cidade de Alexandria, no Egito, era dominada pelos Romanos e se transforma na arena de uma violenta rebelião religiosa. O que está em disputa é o poder político, econômico e religioso da cidade, e a disputa ocorre entre Judeus e Cristãos. Vale lembrar que a biblioteca de Alexandria foi criada e mantida inicialmente por Ptolomeu, na tentativa de atender ao desejo de Alexandre, o Grande, para centralizar todo o conhecimento escrito da humanidade num único local. Durante sete séculos ela reuniu o maior acervo de cultura e ciência que já existiu na antiguidade, até que um grande incêndio a atingiu... Uma filósofa, astrônoma e matemática chamada Hypatia está inserida bem no meio de uma disputa amorosa bem como de um jogo de interesses maiores, sendo forte influenciadora do pensamento lúcido, acaba vendo-se envolvida em artimanhas e manipulações em nome de Deus. Hypatia representa o pensamento crítico, a auto-reflexão, a autonomia e o sabor da busca pela verdade e a sede de conhecimento do autêntico filósofo, aspecto nem sempre percebido, mas que evidencia a estreita relação de atitudes e modo de ser, com a figura do filósofo de maior referência em todos os tempos, Sócrates, que tendo consciência clara de seus atos, princípios e valores, não recua nem mesmo diante da ameaça de morte. | Paralelo a essa trama, a biblioteca de Alexandria, um verdadeiro pólo cultural vai sendo relegada a segundo plano, a fé cega vai substituindo a sabedoria, o pensar e o conhecimento, objetivo final da construção daquela biblioteca. O mito vai substituindo, pouco a pouco o discernimento, transformando e confundindo as pessoas ao ponto de torná-las incoerentes com as causas que defendem. Os cristãos ganham cada vez mais poder político e se incomodam com tudo, quer seja com Judeus quer seja com as mulheres, tal como Hypatia. Sendo livre