alemanha
Toda a aproximação dos governos brasileiro e alemão se processou no período que antecedeu a guerra, e foi aprofundado nos dois primeiros anos do conflito. Depois desse período — marcado por grandes vitórias nazistas no campo de batalha — a situação começou a se inverter. A pressão do USA para que o Brasil entrasse na guerra a favor dos aliados foi muito forte. Somada à campanha antifascista desenvolvida pelo povo em todo o país, fez com que Getúlio rompesse relações com os Estados que compunham o Eixo.
Sob a nova ótica, as colônias estrangeiras no país passaram a ser vistas como redutos nazi-fascistas, afirmavam governo e imprensa. De fato, o partido nazista estava instalado em Blumenau, com sucursais em outras colônias periféricas, desde 1929. Porém, nem todos nessas colônias nutriam simpatias por Hitler, Mussolini e a causa fascista. Havia muitas adesões, mas também uma ligação emocional com a Alemanha e a Itália que ultrapassava motivos políticos.
Os nazistas tinham se aproveitado do isolamento dessas comunidades para infiltrar sua ideologia nas populações imigrantes. Escolas, igrejas, associações e clubes de caça e tiro passavam a cartilha da "raça superior" e do triunfo da Alemanha sobre os demais povos. A região fazia parte dos planos do Lebensraum (literalmente, "espaço vital") de Hitler, e seria a Alemanha Antártida do Terceiro Reich, parte da geopolítica2, doutrina imperialista que se define a partir de 1916 e se solidifica durante a vigência dos nazistas. O nacionalismo reacionário, que excita o ódio contra os trabalhadores e justifica a dominação de uma nação por outra, também foi engendrado no Brasil.
O projeto nacionalista do Estado Novo, que pretendia realizar a "formação da identidade brasileira", tinha como objetivo a integração dos núcleos de imigrantes na cultura nacional. Era intenção do Estado colocar a seu serviço o estereótipo do alemão empreendedor, "trabalhador disciplinado", fruto da ética protestante que fez de