Alemanha: a emergência de uma potência
O uso de teorias na Enfermagem reflete um movimento da profissão em busca da autonomia e da delimitação de suas ações. Durante sua história, a Enfermagem esteve sempre dependente de outras ciências sem que houvesse um corpo de conhecimento próprio, o que fomentou o desejo nos enfermeiros de conhecer sua verdadeira natureza e construir sua identidade.
A busca dessa especificidade resultou na formalização de conceitos e teorias, os quais passaram a ser encarados como o instrumental adequado para direcionar a enfermagem na busca de seus limites de atuação em relação a outros profissionais(1).
Teorias podem ser definidas como um conjunto de proposições utilizadas para descrever, explicar e predizer parte de uma realidade(2), consistindo, portanto, na organização de algum fenômeno por meio da qual evidenciam-se os componentes e as características que lhes dão identidade(3).
Nesse sentido, as teorias têm sido um passo fundamental em direção à compreensão da Enfermagem como práxis, entendida esta como ação aprofundada pela reflexão, carregada de sentido, projetada, consciente e transformadora da natureza, do homem e da sociedade(4).
Apesar de sua importância, tem havido, por parte dos enfermeiros, questionamentos quanto à aplicabilidade das teorias na prática. Freqüentemente, ouvimos referências às dificuldades de operacionalização dessas no âmbito de sua atuação profissional.
Na prática docente, temos percebido que as dúvidas em relação à possibilidade de aplicar teorias numa situação real de cuidado surgem ainda no processo de formação dos alunos. No momento em que as teorias de enfermagem lhes são apresentadas, não raro os estudantes mencionam o fato de que o conhecimento é restrito ao ambiente acadêmico e que nos serviços de saúde dificilmente são aplicadas.
Por sua vez, uma estudiosa do assunto comenta que, em se tratando de modelos de assistência de enfermagem, há limites estruturais para a sua implantação nas instituições de saúde,