Alemanha em Busca da Industrialização
O processo de industrialização alemão apresenta uma grande via de peculiaridades que foram fundamentais para a estrutura apresentada nos dias atuais da indústria alemã. Tais peculiaridades só foram possíveis, e foram também consequências, devido à estrutura política que o que hoje conhecemos como o Estado Alemão apresentava no início do século XIX.
Esta estrutura política e econômica que é caracterizada pelo Estado Prussiano a partir do século XVIII até a unificação em 1871 sob a tutela de Otto Von Bismack, é o que analisaremos no primeiro capítulo deste texto. A partir da unificação e da aceleração do processo industrial alemão, é que a Alemanha surge como grande potência industrial e a sua inserção no comércio internacional com maior intensidade trás a tona diversas consequências políticas que seriam verificadas no início do século XX.
Não entraremos no mérito das consequências deste processo de industrialização, nosso texto ficará restrito à aspectos gerais da industrialização, tendo em vista, principalmente, a participação do Estado e as características bases da indústria nascente. Este será o objeto do nosso segundo capítulo.
Por fim, buscaremos analisar um pouco do legado deixado por este processo para a Alemanha, e de como a indústria alemã desenhada naquele período permanece até os dias atuais.
A ALEMANHA PRÉ-INDUSTRIAL
É importante salientar que embora o processo industrial alemão tenha sido tardio, a Alemanha pré-industrial não se caracterizava pelo subdesenvolvimento. Portos, cidades comerciais e bancos alemães eram fortes atores na economia europeia. A contribuição alemã para as ciências, para a literatura e para a música eram de grande magnitude. Também os alemães foram os que formularam as exigências da Reforma Protestante, que ajudara na autonomia dos Estados frente à Igreja Católica[1]. Tal industrialização tardia pode ser considerada por seu sistema político descentralizado e sobretudo à existência