Alegoria do sertao
Opa! Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo. Esta frase um homem a cavalo com sua família pronunciava pela estrada que dava acesso ao sertão e, mais precisamente, a um logradouro chamado Terra dos Trapiás, e do outro lado da estrada um senhor alto e forte sentado em um tamborete de madeira verde respondia aquele prefixo sertanejo: “para sempre seja louvado!”. O prefixo era como se fosse um soldado batendo continência ao superior. Era um sinal do cristão. Era uma região do semi-árido nordestino, lugar com uma população rural relevante e constituída de costumes ríspidos assemelhados a sua vegetação, a caatinga. Surge entre os facheiros, cactos, trapiás, vaqueiros, retirantes e um solo cauterizado a cidade de Trapiá.
Trapiá, cidade de homens valentes, honestos, corruptos, coronéis, padres, pândegos, mortes e heróis no contexto da seguinte história, baseada na vida real, de um povo que assassina seus heróis e destrói seu progresso, dando causa, assim, ao atraso fabricado pelo sistema político, jurídico e educacional
Trabalho infantil, famílias numerosas e a civilização distante. Lá estava Batista, rapaz que gostava de futebol e de contar histórias. Seus pais se chamavam José Vital e Ana Vital, pessoas de reputação respeitada pela gente que fazia parte daquele lugar; não obstante, seus filhos nasciam os dentes trabalhando. Batista era o quarto filho de uma família de cinco irmãos e quatro irmãs.
Batista é um rapaz que possui muitos objetivos e sonhos. Com o advento da noite, permanecia em sua rede, naquele quarto escuro da grande família, sonhando como mudar a qualidade de vida daquela gente humilde. Seu conhecimento era extraordinário e autodidata.
Sua rotina, comum a todos de Trapiá, era trabalhar no labor rural desde o alvorecer até a hora do almoço, embaixo de um pé de quixabeira; após a refeição, saía correndo pela caatinga até sua casa para tomar banho e ir para o grupo escolar. No grupo começou sua vida educacional,