alcoolismo
escola superior de enfermagem de viseu - 30 anos
ALCOOLISMO JUVENIL
Lidia do Rosário Cabral*
1 - INTRODUÇÃO
Actualmente, o abuso do álcool tem alcançado proporções massivas, tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, e está associado a uma série de consequências adversas, das quais o alcoolismo é apenas uma pequena parte, ainda que seja a de maior relevância do ponto de vista clínico. O problema do alcoolismo transformou-se sem dúvida, num dos fenómenos sociais mais generalizados das últimas décadas.
Não há dúvida que “sans alcool, pas d’alcoolismo” (LEGRDIN cit in MELLO et al, 1988, p. 16), sendo portanto o tóxico “etanol” o agente da doença alcoólica.
Todavia não podemos ignorar que existem factores individuais relacionados com o meio, que condicionam o consumo excessivo de álcool, levando ou não, à dependência, ao fim de algum tempo. Surge assim uma tríade Agente/Indivíduo/Meio que está na origem de todo este fenómeno de alcoolismo.
CORREIA (2002) afirma que as bebidas destiladas ganham cada vez mais adeptos na camada jovem.
Para compreender e reflectir acerca desta problemática, encontramo-nos motivados a partilhar algumas preocupações e tentar ser agentes de mudanças de comportamentos dos nossos jovens.
2 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A história da humanidade tem-nos mostrado o constante gosto que o Homem em geral tem pela bebida alcoólica. Elas desde sempre foram preferidas pelo seu efeito tónico e euforizante, para aliviar a angústia a libertar tensões.
Já a Bíblia afirma “tende atenção, não bebais vinho nem bebidas destiladas e não comais nada de impuro, porque ides conceber e tu criarás um filho”.
Já desde tempos imemoriais que se associava o álcool a efeitos sobre as crianças. Em alguns países como Cartago, Esparta e Grécia antiga, era proibido o consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens casais pois CORREIA (1997), refere ter
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Profª. Coordenadora na ESEnfViseu, Doutoranda em Saúde Mental.