Alberto Caeiro
Nascimento
Ano: 1889 Local: Lisboa
Profissão: Não teve
Características físicas: Estatura média; Fraco; Louro; Olhos azuis;
Educação: Instrução primária
Obra: “O guardador de rebanhos”
Surge: “por pura e inesperada inspiração”.
Mestre de Pessoa e dos outros heterónimos, Caeiro dá especial importância ao acto de ver, mas baseia-se sobretudo nas sensações para escrever os seus poemas, num discurso em verso livre, em estilo coloquial e espontâneo. Passeando e observando o mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza.
Apresenta-se como um simples guardador de rebanhos que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade com a qual contacta a todo o momento. Daí seu desejo de integração e de comunhão com a Natureza (panteísmo sensualista). Caeiro é um poeta da Natureza que está de acordo com ela e a vê na sua constante renovação.
Caeiro representa a antítese de Fernando Pessoa ortónimo, o “remédio” para a sua ansiedade e para a sua angústia perante o mistério de existência, inacessível ao homem. Para Caeiro “pensar é estar doente dos olhos”. Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa, vendo e ouvindo. Recusa o pensamento metafísico, afirmando que “pensar é não compreender”. Ao anular o pensamento metafísico e ao voltar-se apenas para a visão total do mundo, elimina a dor de pensar, que afecta Pessoa.
Caeiro é um sensacionalista, a quem só interessa o que capta pelas sensações e a quem o sentido das coisas é reduzido à percepção da cor, da forma e da existência; a intelectualidade do seu olhar liberta-se dos preconceitos e volta-se para a contemplação dos objectos originais. E porque só existe a realidade, o tempo é ausência de tempo, sem passado, presente ou futuro, pois todos os instantes são a unidade do tempo.
Constrói os seus poemas a partir da matéria não-poética, mas é o poeta da Natureza e do olhar, o poeta da simplicidade completa, da clareza total e