Alberto Caeiro Ficha Formativa

1. ­– Comparação do seu olhar com um girassol, é nitido porque como um girassol segue a luz e o sol que é aquilo que permite a visão.
– Caráter deambulatório, nos versos 2, 3 e 4 da primeira estrofe.
– Natureza como permanente novidade, ou seja, ele ver as coisas sempre de maneira diferente, como esta nos versos 5, 6 e 9, 10, 11 e 12.
– Declaração de amor à natureza nas duas últimas estrofes.
2. O sujeito poético vê o mundo de forma objetiva através das sensações, rejeitando completamente o pensamento (“Pensar é estar doente dos olhos”). Considera que o pensamento deturpa a realidade e só os nossos sentidos é que nos conseguem mostrar a realidade como ela é (“Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...”). Devemos aceitar o mundo tal como ele é, e com o pensamento isso não é possivel, ou seja, ele rejeita qualquer atitude metafísica.
3. Se amar é inocência e ao mesmo tempo a única inocência é não pensar, então é possível deduzir que amar é equivalente a não pensar. No entanto, através deste silogismo, o sujeito poético volta a rejeitar o pensamento utilizando um método filosófico e lógico – o próprio silogismo.
4. Neste poema podem ser encontrados inúmeros recursos expressivos. Na primeira estrofe, pode-se salientar a utilização do gerúndio em “Olhando para a direita e para a esquerda/E de vez em quando olhando para trás...”, cuja função é a de transmitir uma sensação de movimento que tanto os girassóis como os “olhos” do sujeito fazem. Este recurso é precedido por uma comparação em “O meu olhar é nítido como um girassol” através da qual mais uma vez se aproxima o olhar do poeta com o movimento que o girassol efetua. Ainda nesta estrofe encontramos o presente do indicativo que expressa o facto do “eu” poético só admitir o presente, bem como o uso da 1ª e 3ª pessoas do singular. No final da estância encontramos uma metáfora “Sinto-me nascido a cada momento” seguida por um oximoro “Para a eterna novidade do mundo...”. Ao longo de todo o poema podemos observar o