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1729 palavras 7 páginas
O que nos desiguala como humanos Os homens nunca são totalmente iguais e nem totalmente diferentes. Somos iguais em muitas coisas, pois compartilhamos a condição de ser-humano, isto é, uma mesma natureza. Em sua obra "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens", Rousseau diz que, antes do advento da civilização, os homens viviam num estado de igualdade. Eles se igualariam por agirem todos apenas de acordo com a natureza. Já na civilização (onde os impulsos naturais do homem são, de certa maneira, domados) as pessoas são distinguidas de diversas maneiras (por exemplo por sua condição social). E de fato, na civilização, há diferenças. Um rico é, de fato, diferente de um pobre. Mas diferente sob qual aspecto? Sob o aspecto da classe social. Eles são de classes sociais diferentes. Até aí, uma obviedade e nenhum problema afirmarmos isso. O problema, a meu ver, se dá quando, por exemplo, de uma diferença de classe social nós inferimos uma diferença de valor enquanto ser humano. Um rico é um rico, um pobre é um pobre, mas um rico não é mais digno do que um pobre enquanto ser humano por ser rico. Da mesma forma nós podemos dizer que a cor da pele de um branco é diferente da cor da pele de um negro, mas jamais que um destes, por isso, é superior ou inferior ao outro. Esse tipo de distinção, em que de uma diferença real inferimos uma diferença irreal, nós não devemos aceitar. Há, evidentemente, muitas diferenças entre as pessoas. Diferenças de oportunidades na vida, diferenças de classes sociais, diferenças de crenças, diferenças de idéias, diferenças de ideologias, diferenças de atitudes, e por aí vai. E devemos procurar preservar as diferenças que, de acordo com o bom senso, devem ser preservadas (por exemplo as diferenças de crenças). Mas devemos também combater as diferenças que, também de acordo com o bom senso, devem ser combatidas (por exemplo as diferenças de oportunidades na vida). E, por fim, nos aceitar como iguais naquilo que

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