Ainda não
Ensino Médio Brasileiro: Escolas Públicas e
Privadas
Maria Dolores Montoya Diaz
Departamento de Economia, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade,
Universidade de São Paulo (USP), Brasil
Resumo
As desigualdades de oportunidades no Ensino Médio no Brasil foram estimadas a partir de análise dos microdados do Saeb para o período 1995 a 2005 relativos ao desempenho dos alunos do último ano do Ensino Médio em Língua Portuguesa e Matemática. As desigualdades de oportunidades foram menores em Língua Portuguesa (média na faixa de 16% da desigualdade total) do que em Matemática (média próxima de 24%). Observa-se na Tabela 1 que o número de concluintes do ensino médio cresceu até 2001, quando se estabilizou na faixa de 1,8 milhões de alunos, o que se deve à adoção de uma política de universalização do ensino fundamental. A escolha da faixa etária pressupõe que os alunos tenham concluído a escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. 6 Os autores estimaram a parcela relativa a desigualdades de oportunidades relacionada a cinco variáveis circunstanciais: sexo, escolaridade do pai e da mãe, ocupação do pai, e localização geográfica da escola.
Adicionalmente, pretende-se analisar a trajetória dos níveis de desigualdade de oportunidades com desagregação por tipo de escola (públicas e privadas), especialmente em decorrência da mudança estrutural na participação de cada tipo de escola no sistema educacional brasileiro, descrito na Tabela 1.
Para tanto, foram analisados os microdados produzidos pelas avaliações Saeb para os anos 1995, 1997, 1999, 2001, 2003 e 2005 relativos ao desempenho dos alunos do último ano do Ensino Médio tanto na avaliação de Língua Portuguesa como de Matemática. O Saeb é aplicado a cada dois anos, desde 1990 e avalia o desempenho dos alunos brasileiros da 4a e da 8a séries do ensino fundamental e da 3a série do ensino médio, nas disciplinas de Língua Portuguesa e