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O ex-legionário estrangeiro e ex-policial militar preso em junho em São Paulo durante protesto contra a realização da Copa do Mundo, Rafael Lusvarghi, 30 anos, juntou-se aos separatistas russos no leste da Ucrânia.
Ele, cuja foto foi estampada nas capas dos principais veículos de comunicação do Brasil, de cabelos longos e sem camisa, dominado por policiais, trocou mensagens com o jornal O Estado de S.Paulo nos últimos três dias, de seu alojamento entre as cidades de Donetsk e Lugansk.
Lusvarghi conta que chegou à região no dia 20. Demitido ao ser preso de seus dois empregos, de professor de inglês e assistente de helpdesk, ele afirma que fez contato com os combatentes de etnia russa por meio de amigos, comprou a própria passagem e ingressou no Batalhão de Prisrak.
"Minha manutenção aqui é humilde, é a manutenção de um soldado, não recebo nada, mas também não pago nada. Durmo em um alojamento improvisado, não passo fome, mas os mantimentos são uma questão coletiva - nos últimos dias, foi uma alegria, pois conseguiram comprar três galinhas", escreveu.
"A tropa de voluntários se bate pela Nova Rússia, acima de tudo e contra o imperialismo americano", definiu Lusvarghi, usando a denominação dos separatistas russos para o leste da Ucrânia. "Pretendo ficar aqui mesmo depois que a luta acabar. Para dizer o mínimo, vou até o fim", afirmou.
"No Brasil, eu só observava o conflito de longe, já com minhas posições atuais de apoio ao Donbass", conta ele. "Consegui entrar em contato graças a uns amigos politicamente engajados. Não são recrutadores ou coisa assim, só tive a sorte de ter esses amigos que me encaminharam para um grupo especial. Eles sabiam da minha experiência militar."
Lusvarghi entrou aos 18 anos na Legião Estrangeira, onde fez cursos de paraquedismo, infiltração e comando. Diz que atuou na Europa e na África, mas não pode entrar em detalhes sobre suas