Agua para elefantes
Água para Elefantes Sara Gruen ISBN: 9788599296158 Sextante - 2007 FICÇÃO
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Sara Gruen - Água para Elefantes
PRÓLOGO Estavam apenas três pessoas sob o toldo vermelho e branco da espelunca: Grady, eu e o cozinheiro. Grady e eu nos sentamos a uma mesa de madeira muito antiga e gasta, cada um diante de um hambúrguer num prato de lata amassado, O cozinheiro estava atrás do balcão, raspando a grelha com uma espátula. Ele já tinha desligado a fritadeira há algum tempo, mas o cheiro de gordura impregnava o ar. O resto do pátio - que pouco tempo antes transbordava de gente estava vazio. Não fosse por um punhado de empregados e um pequeno grupo de homens aguardando para ir à tenda da dança do ventre. Eles lançavam olhares nervosos de um lado para o outro, usavam chapéus enterrados na cabeça e tinham as mãos enfiadas nos bolsos. Não ficariam desapontados: em algum lugar lá no fundo da tenda Bárbara e seus encantos abundantes os esperavam. Os moradores da cidade, os caipiras, como Tio Al os chamava - já tinham atravessado a tenda das jaulas e chegado à grande tenda, que pulsava ao som de uma musica frenética. O volume com que a banda executava seu repertório era ensurdecedor; como de costume. Eu sabia o programa de cor - nesse exato momento, a última parte do Grande Desfile saía, e Lottie, a trapezista, começava a subir no seu trapézio, no picadeiro central. Olhei fixamente para Grady, tentando entender o que ele estava falando. Ele deu uma olhada ao redor e então se aproximou. - Além disso - disse Grady, me olhando nos olhos -, acho que você tem muito a perder neste momento. - E, para dar mais ênfase ao que dizia, levantou as sobrancelhas. Meu coração disparou. Ouviu-se uma explosão de aplausos estrondosos na grande tenda e a banda emendou a valsa de Gounod. Voltei-me instintivamente para tenda das jaulas porque essa era a deixa para o número do elefante. A essa altura, Marlena ou estaria se preparando para montar ou já estava