AGROPECUÁRIA COMERCIAL MODERNA
A partir do final do século XIX, o consumo de alimentos pela população e de matérias-primas agrícolas pelo setor industrial atingiu patamares sem precedentes na história das sociedades capitalistas. Para que fosse possível suprir essa demanda, as empresas ligadas aos setores químicos e mecânico e os governos dos países industrializados começaram a investir grandes quantias no desenvolvimento de tecnologias agropecuárias, viabilizando a ampliação das áreas cultivadas.
A comercial moderna é caracterizada pelo uso intensivo de recursos tecnológicos, como máquinas (arados, tratores, semeadeiras, colheitadeiras, ordenhadeiras) e insumos (adubos químicos, pesticidas, sementes geneticamente selecionadas, vacinas). Nesse sistema agrícola, a grande parte das propriedades rurais é administrada como uma empresa, e são controlados os custos de produção em todas as etapas, do preparo do solo à colheita. Com a modernização, a agricultura e a pecuária transformaram-se em atividades econômicas geradoras de lucro, fato que marcou, de maneira definitiva, a introdução das relações capitalistas de produção no espaço agrário, tanto dos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, Austrália e países da Europa Ocidental, quanto nos países subdesenvolvidos de industrialização tardia, como Brasil, México, Argentina e África do Sul. A partir de então, a terra e os produtos dela extraídos passaram a serem consideradas mercadorias que possibilitam aos donos dos meios de produção acumular cada vez mais riquezas.
Atualmente, o nível de tecnicismo aplicado na agropecuária comercial moderna exige que a produção seja acompanhada por mão de obra especializada (técnicos, engenheiros agrônomos, veterinários, etc.), mas limita o número de empregados nas propriedades rurais, já que as máquinas substituem grande parte da força de trabalho humana, sobretudo a mão de obra menos qualificada. Com isso, nos últimos sessenta anos, verificou-se o declínio da