Agronomia
PÓLEN DO MILHO TRANSGÉNICO
Possível efeito ecológico nas colônias de abelhas
A adoção de vegetais transgênicos que expressam proteínas entomopatogênicas ( que pode acabar com insetos) tem suscitado diversas discussões éticas e científicas. Entre estas destacam-se nos principais debates presumíveis impactos no meio ambiente em consequência da alteração de interações ecológicas. Um desses casos é a relação do lepidóptero Galleria mellonella (Ordem : Lepidoptera, Família: Pyralidae, Gênero: Galleria), conhecida como traça da cera, com as abelhas Apis mellifera.
Este lepidóptero ocorre naturalmente em colónias de abelhas, juntamente com Achroia grisella (Lepidoptera, Pyralidae), ocupando o mesmo nicho ecológico. As larvas destes piralídeos alimentam-se de cera velha, pólen e exúvias, material presente de modo natural nas colmeias de abelhas. Devido a este hábito alimentar, determinados investigadores consideram estas traças como pragas dos apiários, havendo outros que as classificam como organismos importantes na reciclagem de matéria orgânica dentro das colmeias. Nessa primeira visão são consideradas nocivas às abelhas, e por isso são combatidas, pois acredita-se que as larvas inutilizam os favos e consomem o pólen, prejudicando assim a produção de mel. Na segunda visão preconiza-se que a presença destes lepidópteros nas colónias não só liberta espaço pela destruição de favos velhos e inutilizados (principalmente em colónias selvagens), como também, em caso de morte da colônia, destroem toda a cera restante que tenha larvas e pólen. Nesse contexto, desempenham um papel importante no controle de diversas doenças microbianas que afetam as abelhas. Logo, pode-se considerar que se não fosse pela atuação das traças de cera, os favos velhos permaneceriam por períodos muitos longos no ambiente, o que, desta forma, seria fonte de dispersão de doenças nas abelhas.
Sob a linha de raciocínio que considera a ação desses piralídeos um benefício