Agronegócio
ESALQ/USP
CENTRO DE ESTUDO AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA CEPEA
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Perspectivas, desafios e uma agenda para seu desenvolvimento
Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros
Com a colaboração de:
Mirian Rumenos Piedade Bacchi
Silvia Helena Galvão de Miranda
Daniela Bacchi Bartholomeu
Jose Vicente Caixeta Filho
Mauro Osaki
Piracicaba –SP
Julho de 2006
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Perspectivas, desafios e uma agenda para seu desenvolvimento
Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros1
(Julho/2006)
Sumário Executivo
A sociedade brasileira como um todo tem se beneficiado de várias maneiras do desempenho que o agronegócio vem apresentando desde a década de 1990. Sua produtividade vem crescendo rapidamente e as reduções de custo de produção têm sido repassadas ao consumidor na forma de preços mais acessíveis. Com isso, o poder aquisitivo das camadas mais pobres da população vem aumentando significativamente, criando, assim, espaço para uma ampliação e diversificação do seu consumo. Mesmo assim, uma expressiva parcela da população ainda passa por carência alimentar, principalmente por limitação de renda.
Ao mesmo tempo, o setor vem gerando substanciais superávits comerciais, que permitiram a solvência do País durante as turbulências de sucessivas crises internacionais e tem permitido inéditas reduções da dívida externa brasileira.
Apesar de - ou talvez devido a – esse excelente desempenho do ponto de vista da sociedade em geral, o agronegócio vem sendo vítima de crises cíclicas que demandam injeções de novos recursos e renegociação das dívidas em vencimento; ou seja, configura-se o caso de um setor sem sustentabilidade econômica. Como resolver esse aparente paradoxo?
A questão comporta diagnóstico em dois níveis: macroeconômico e setorial.
Do ponto de vista macroeconômico, o setor está submetido a duas dificuldades: o mercado interno evolui muito lentamente para