Agronegocio
Técnico-Científicos
O Agronegócio nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil
José Luiz Parré
Professor Adjunto do Departamento de
Economia da Universidade Estadual de
Maringá; professor do Programa de
Mestrado em Economia da UEM.
Joaquim José Martins Guilhoto
Professor Associado do Departamento de
Economia, Administração e Sociologia da
ESALQ/USP e do Regional Economics Applications Laboratory (REAL) da University of Illinois (EUA).
Resumo
O objetivo principal deste artigo é analisar o nível de desenvolvimento do agroneg cio ou complexo agroindustrial nas regiões
Norte e Nordeste do Brasil nos anos de 1985,
1990 e 1995, utilizando matrizes de insumoproduto inter-regionais. Conclui que o agronegócio da região Norte participa relativamente menos na composição total desse setor no Brasil. Na região, é setor que agrega pouco valor ao produto, com limitações no segmento de distribuição. Na região Nordeste, o agronegócio está em fase de transição, mas sua agroindústria é pouco representativa para a agregação de valor ao produto. Nas duas regiões, a análise dos setores-chave indica a agroindústria com um papel prepoderante.
Palavras-chave
Agronegócio; Insumo-produto; Desenvolvimento Regional-Norte; Desenvolvimento Regional-Nordeste; Setores-chaveRegião Norte; Setores-chave-Região Nordeste; Brasil.
68
Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 32, n. 1 p.68-94, jan.-mar. 2001
1 - INTRODUÇÃO
A desigualdade entre as regiões referente a crescimento e à distribuição de renda tem sido uma característica da economia brasileira desde os tempos coloniais. Cada um dos ciclos de exportação de produtos primários do passado beneficiou uma ou outra região específica. Segundo Baer (1995), “a substituição histórica de regiões economicamente favorecidas chegou ao fim no século XX com a região Sudeste do país, que era a área dinâmica de exportação no início do processo de industrialização, tornado-se a região líder da economia