Africanidade
Neusa Maria Mendes de Gusmão2
Resumo: O presente texto fala da tarefa de revelar o campo das “africanidades” no âmbito da formação daquele que educa. Retoma a leis 10 639/2003 que introduz o ensino de História e
Cultura Africana e Afro Brasileira no Ensino Fundamental e Médio brasileiros, alterada pela
Lei 11.645/2008 que agrega o ensino da história indígena e das culturas indígenas, apontando tais conquistas legais como passos necessários, fruto das lutas dos movimentos sociais, mas ainda em seus começos. Chama atenção, em acordo com Munanga (2005), para a força de um imaginário social do qual bebemos todos e não menos os profissionais da educação de maneira que é condição da eficácia da Lei o foco no docente, em sua trajetória e vivências, em sua competência para, além das técnicas e dos instrumentais, tomar a si mesmo como
“matéria-prima” que deseja experimentar o processo de aprendizagem, também em sua dimensão afetiva e emocional que dá sustentação a crenças, valores, estereótipos e atitudes, para reformular genuinamente suas concepções de mundo. Percebe-se, portanto, que a mudança de perspectiva não se dará sem conflitos objetivos e subjetivos, nos quais se esperará dos educadores a disposição para a crítica e a reflexividade que ultrapassa a sala de aula e se estende à sua vida.
Palavras-chave: Educação. Relações étnico-raciais. Formação de professores. Racismo.
Abstract: This work talks about the task of leveling the field of “Africanity” in the realms of the formation of those who educate. It retakes the laws 10 639/2003, which introduce the teaching of African and African-Brazilian History and Culture in the Brazilian elementary primary and secondary schools, altered by the law 11.645/2008, which includes the teaching of Indian History and Cultures, considering such legal accomplishments as necessary steps that were born from the struggles of the social movements, but