Africa
Marina Gusmão de Mendonça[1]
Resumo: As eleições de 1994, que deram ao Congresso Nacional Africano (CNA) ampla maioria e levaram Nelson Mandela à Presidência da África do Sul, simbolizavam, aparentemente, a vitória final da luta contra o odioso regime de minoria branca. As esperanças, portanto, eram enormes. Contudo, passados mais de dez anos do fim do apartheid, o que se vê é o aumento da pobreza, do desemprego e da exclusão, e uma população que está sendo consumida pela enfermidade do capitalismo financeiro contemporâneo: a AIDS. Com o objetivo de abordar essa problemática, este artigo explicita o sentido da política econômica e social adotada pelos governos sul-africanos, a partir da década de 1990, e indica seu fracasso no enfrentamento das desigualdades e no combate a uma das grandes mazelas da sociedade, representada pela disseminação da AIDS.
Abstract: The 1994 elections, which gave the African National Congress (ANC) an ample majority and paved the way for Nelson Mandela’s presidency of South Africa, apparently symbolize the final victory of the battle against the hateful white minority. The hopes therefore were enormous. However, after ten years of the end of the apartheid, what is visible is an increase in poverty, unemployment, social exclusion, and a population consumed by one of the major diseases of the contemporary capitalist financial system: AIDS. With a view to addressing this problem, the article here analyses explicitly the aims of the social and economic policies adopted by south African governments, from the 1990’s, and points out its failure in dealing with these inequalities, as well as in the combat of the dissemination of AIDS.
Em 1994, a vitória eleitoral do Congresso Nacional Africano (CNA), que conduziu Nelson Mandela à Presidência da África do Sul, parecia significar, finalmente, a derrota definitiva do odioso