Afinal O Que Filosofia
3.1 Introdução
A forma de entender o ensino e a aprendizagem da filosofia remete a uma fixação do philosophical way of thinking. Os momentos fundamentais deste dependem, por sua vez, de como se concebe a filosofia. Pois bem, afinal de contas, o que é “filosofia”? Se, retomando o resultado do capítulo anterior, partimos da base que o problema é momento essencial da atividade filosófica, as próximas perguntas são:
1. Por que ele ocupa esse lugar preponderante no pensar filosófico? Por que o fazer perguntas é para a filosofia e, em particular, para o seu devir, mais fundamental que (ou pelo menos tanto quanto) o respondê-las?
2. Existe algo que caracterize os problemas filosóficos enquanto tais, algum traço inerente a eles?
3. Por que os problemas filosóficos não são simplesmente “dados”? Por que é necessário que sejam “construídos”?
A filosofia não é outra coisa que a consumação plena da racionalidade. Uma razão que não culmine em filosofia é uma razão mutilada; um discurso filosófico irracional, uma contradição de termos. Ora, o que é “racionalidade”?
3.2 O conceito de racionalidade
Se a filosofia é originalmente discurso racional, é imprescindível fixar em que ele consiste. É óbvio que a questão proposta não é suscetível de ser seriamente tratada em poucas linhas; o que podemos, no atual contexto, é somente sublinhar alguns pontos de relevância prioritária:
a. Discurso (ou pensamento) racional não é sinônimo de discurso (ou pensamento) “lógico”.
A razão, certamente, não se opoões à lógica, nem entra em conflito com ela, mas tampouco se identifica com ela. A lógica explicita a legalidade da razão, mas não a esgota, nem, portanto, consegue reduzi-la a um conjunto de regras. Diante de toda regra, a razão segue estado “além”. Ela não pode ser “mecânica”. Todo algoritimo, na medida em que desenvolve consequências a partir de supostos dados, não passa de um proceder “técnico”.
b. Racionalidade é