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Interações génicas
João Gilberto Fernandes

1 - Introdução
No estudo das leis de Mendel (monoibridismo, diibridismo e poliibridismo) foram analisadas situações em que cada característica é condicionada pela expressão de um único par de alelos. Entretanto, a maioria das características hereditárias depende da interação entre dois ou mais pares de genes não alelos. As interações génicas podem ser agrupadas em três categorias: complementação, epistasia e herança quantitativa.
2 - Complementação
2.1 - Proporção 9:3:3:1
Neste caso, observa-se uma interação simples onde podem ser encontradas quatro classes fenotípicas relativamente a uma característica sendo que cada uma delas resulta da combinação entre dois pares de alelos. Apesar da proporção do cruzamento entre dois duplo-heterozigóticos ser tipicamente 9:3:3:1 esta situação não deve ser confundida com o diibridismo, pois neste último caso são estudadas duas características em simultâneo.
A herança da cor da plumagem em periquitos australianos constitui um bom exemplo que ilustra esta situação. Os periquitos australianos podem apresentar uma grande diversidade de padrões de coloração que é condicionada por dezenas de genes.
No entanto, as cores básicas - verde, azul, amarelo e branco - dependem da interação entre dois pares de alelos A/a e B/b que exibem segregação independente.

Figura 1- As quatro cores de plumagem que podem ser observadas nos periquitos australianos. Periquitos verdes apresentam pelo menos um gene dominante em cada par
(A_B_); as formas azuis possuem pelo menos um gene dominante no locus A/a e é homozigótico recessivo para o locus B/b (A_bb); os animais amarelos são homozigóticos recessivos para o locus A/a e apresentam pelo menos um gene dominante no locus B/b (aaB_); finalmente, os periquitos brancos são duplo homozigóticos recessivos (aabb).
Hoje é sabido que o alelo A determina a produção de melanina na zona central da pena. A dispersão da luz nas zonas mais