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3891 palavras
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EM DEFESA DA MODERNIDADE: OS LIBERAIS E A ESQUERDA NO MANIFESTO DE 1932 E NA CAMPANHA EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICAMichele Cristine da Cruz Costa (FE/UNICAMP– E-MAIL: michele.cruzcosta@gmail.com)
O trabalho em questão integra um projeto de pesquisa que busca compreender a relação entre o pensamento liberal e o de esquerda, tendo em vista dois momentos específicos da história da educação no Brasil: a publicação do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” em 1932, num período de equilíbrio entre as idéias da pedagogia tradicional e da pedagogia nova, e a Campanha em Defesa da Escola Pública deflagrada a partir da publicação do Manifesto de 1959 e organizada em torno dos debates para a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 1961, num contexto de predomínio da pedagogia nova enquanto corrente hegemônica no campo das idéias pedagógicas.
A delimitação do tema se deu através do interesse pela relação entre o pensamento liberal o de esquerda a partir da pesquisa realizada para a elaboração da dissertação de mestrado, na qual analisou-se as idéias do educador francês Célestin Freinet. No decorrer da pesquisa identificou-se o descompasso entre a teoria política sustentado por Freinet, que o aproximava ao pensamento de esquerda, e sua prática pedagógica centrada na criança e nos aspectos biopsicologizantes do desenvolvimento infantil, aproximando-o dos ideais do movimento da Escola Nova, de orientação liberal (COSTA, 2008). O desfecho do trabalho aponta que, enquanto homem de seu tempo, Freinet compartilhou da crítica radical à concepção tradicional de educação, que considerava estar impregnada da visão de mundo da classe dominante; porém, sua negação ao ensino tradicional se fez por meio da adesão aos ideais escolanovistas, nos quais o autor não conseguiu enxergar as influências da teoria política liberal sustentada pela burguesia enquanto classe dominante; suas críticas aos ideais da Escola Nova se resumem ao fato da materialização