adoção tardia
Serviço de Auxílio à Infância
Revista de Psicologia da UNESP 11(2), 2012 58
Adoção de crianças maiores: percepções de profissionais do Serviço de Auxílio à Infância
Melissa Daiane Hans Sasson
Verônica Kemmelmeier Suzuki
UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste
Resumo: O presente estudo busca problematizar a realidade da adoção brasileira à medida que urge em diminuir a distância entre crianças/adolescentes e requerentes à adoção, justamente por o perfil idealizado destes ir à contramão da realidade existente nas instituições de acolhimento de nosso país. Para tanto, à luz do referencial teórico que fundamenta tal estudo e a partir da análise de aspectos relevantes de entrevistas com profissionais do
Serviço de Auxílio à Infância de uma cidade do centro-sul do Paraná, é possível fazer algumas considerações acerca da adoção de crianças maiores a fim de proporcionar reflexões sobre as percepções predominantes no imaginário social, bem como ressonâncias para uma possível nova realidade que contemple a felicidade de crianças maiores/adolescentes que sonham por um lar.
Palavras-Chave:Adoção Tardia; Entrevista; Serviço de Auxílio à Infância.
Melissa Daiane Hans Sasson & Verônica Kemmelmeier Suzuki
Revista de Psicologia da UNESP 11(2), 2012 59
Em homenagem a crianças e adolescentes que têm sonhos, mas nem sempre, esperanças.
Introdução
O vocábulo “adoção” vem do latim, ad-optare, que significa aceitar, escolher.
Quando se fala da adoção de um filho, esse termo ganha um significado ainda mais singular: o de acolher, mediante ação legal e por vontade própria, como filho legítimo, alguém que por algum motivo foi destituído do poder familiar (Souza, 2008).
Desde a antiguidade pode-se notar que o processo de adoção já era uma prática recorrente. Não é possível, entretanto, localizar um momento específico ao qual esta prática passou a acompanhar a história. O processo adotivo já