adolescencia
A nossa sociedade tem vindo a apresentar grandes mudanças, a nível tecnológico, no trabalho, na família e claro, nos valores.
Se há 50 anos a noção de ciclo de vida era mais clara, hoje não é assim. A sequência nascer, crescer, estudar (preparar para a vida adulta), iniciar a vida profissional, casar, ter filhos e assim perpetuar o ciclo, está actualmente adulterada.
Por múltiplas razões assiste-se a um prolongamento da adolescência. A preparação para a vida adulta é cada vez mais complexa e exigente, consome mais tempo, o estudo prolonga-se na maioria dos casos bem para lá dos 18 anos. A entrada para a vida profissional e a necessária autonomia financeira, são metas mais dificilmente atingidas, prolongado assim esta transição.
Por outro lado, os papeis menos definidos entre adultos e adolescentes dificultam a criação de uma identidade adulta. Nos dias de hoje os adultos querem ser adolescentes… Os pais não querem ser pais, mas sim amigos, irmãos mais velhos. Por todo o lado vemos campanhas de marketing reforçando esta ideia. A idade adulta é desvalorizada e especialmente os mais velhos, os avós os anciões, não têm papel nesta sociedade virada para os valores da recompensa imediata e do anti-crescimento. Os pais passam a hesitar sobre suas normas, sobre os seus valores morais… têm dificuldade em impor a autoridade e estabelecer os limites nos seus filhos adolescentes. Muitas vezes porque se desejariam sentir de novo adolescentes, outras vezes por uma questão de culpa: “passo tão pouco tempo com ele… vou passar o tempo a chateá-lo?”.
Por outro lado, os pais de hoje têm uma tarefa