Admiravel mundo novo
O Director e os estudantes demoraram-se algum tempo a observar uma partida de bola centrífuga. Vinte crianças estavam agrupadas em círculo à volta de uma torre de aço cromado. Uma bola lançada ao ar de maneira a cair sobre a plataforma do alto da torre rebolava para o interior, saía num disco em rápida rotação, era projectada através de uma ou outra das numerosas aberturas existentes no revestimento cilíndrico e tinha de ser apanhada.
- Bizarro - comentou o Director enquanto se afastavam é bizarro pensar que, mesmo no tempo de Nosso Ford, a maioria dos jogos não possuíam mais acessórios que uma ou duas bolas, com algumas varas e talvez um pedaço de rede. Vejam a estupidez que existe em permitir às pessoas a prática de complicados jogos que de nada servem para aumentar o consumo. É loucura. Actualmente, os Administradores só dão a sua aprovação a um novo jogo quando possa ser demonstrado que ele exige pelo menos tantos acessórios como o mais complicado dos existentes. - Interrompeu-se. - Eis um encantador grupinho - dísse, apontando.
Numa escavação relvada, entre dois maciços de urzes mediterrânicas, duas crianças, um garoto de sete anos aproximadamente e uma menina que poderia ter um ano mais, divertiam-se com toda a gravidade e com a concentrada atenção de sábios mergulhados num trabalho de descoberta com um jogo sexual rudimentar.
- Encantador, encantador! - repetiu sentimentalmente o D.
I. C. - Encantador - disseram polidamente os rapazes, demonstrando o seu