Administração
Os diagnósticos apontam que a prioridade é o investimento em redes de distribuição e não fazem distinção entre serviços privados e estatais. Avaliações de especialistas apenas referendam os fortes indícios de que uma área que depende essencialmente de planejamento de longo prazo subestimou as mudanças na economia brasileira nos últimos anos. Mesmo que o setor produtivo evolua num ritmo acanhado, o Brasil chegou ao estágio do pleno emprego, com a consequente melhoria de renda da população. A ascensão social de milhões de famílias provocou aumento da aquisição de aparelhos domésticos e melhoria da qualidade de vida. As concessionárias certamente subestimaram esse cenário.
Sem condições de corresponder a esse consumo, as empresas acabam por prejudicar outros serviços básicos. A falta de energia significa, mais adiante, também cortes no fornecimento de água. É assim nos dois Estados, com a repetição de problemas que deveriam estar resolvidos há décadas. Nada sustenta desculpas absurdas, apresentadas com naturalidade por dirigentes de concessionárias gaúchas, como as de que as altas temperaturas precarizam os serviços. Claro que o verão terá sempre temperaturas elevadas, e os picos registrados não significam mais nenhuma surpresa. Equivale a falar de temperaturas