Administração
Os debates sobre racionalidade e seus conceitos são clássicos em administração. Em contrapartida, os estudos sobre os significados e os sentidos atribuídos ao trabalho, na psicologia, são da década de 1970. Ao estudar os sentidos do trabalho, os autores não têm se remetido à questão das racionalidades instrumental e substantiva, mas priorizado a identificação daquilo que caracteriza um trabalho com sentido. Neste ensaio teórico, tem-se como pressuposto que os sentidos atribuídos ao trabalho estão relacionados aos tipos de racionalidades presentes na sociedade e nas organizações de trabalho. Pretende-se, assim, identificar aproximações entre os traços que caracterizam os sentidos atribuídos ao trabalho e as racionalidades instrumental e substantiva. Apresentam-se elementos que caracterizam os sentidos do trabalho com base em referências da psicologia, enfocando as pesquisas de Morin (1996, 2001), bem como estudos que caracterizam os traços constitutivos das racionalidades em questão, tradicionalmente estudados na administração, com ênfase em Serva (1993, 1996, 1997a, 1997b). Essa tentativa de articulação possibilitou também o desenvolvimento da concepção de sentidos do trabalho do tipo instrumental e do trabalho do tipo substantivo; destacando-se que há uma imbricação entre ambos os tipos de sentidos nas organizações.
Palavras-chave: sentidos do trabalho; racionalidade instrumental; racionalidade substantiva; sentido instrumental; sentido substantivo.
Introdução
Os fenômenos significados e sentidos do trabalho são multifacetados, constituídos de diversas variáveis pessoais e sociais, as quais são investigadas por autores de diferentes áreas e em diferentes países (Basso, 1998; Bendassolli, 2009; Borges, 1997; Meaning of work international research team [MOW], 1987(1); Morin, 1996, 2001; Oliveira, Piccinini, Fontoura, & Schweig, 2004; Tolfo, Coutinho, Almeida, Baasch, & Cugnier, 2011). A maioria desses pesquisadores tem como foco o estudo de