administração
Argemiro Luís
Brum*
As zonas de livre comércio tornam-se, hoje, uma evidência a nivel mundial. A recente assinatura do acordo entre o México, os EUA e o Canadá, que nós, neste trabalho, iremos identificar por ALENA (sigla francesa para o acordo em questão), comprovaqueo Mundo tende, diante do relativo fracasso das negociações multilaterais, a se estruturar em torno de "blocos", no interior dos quais o liberalismo econômico é o eixo central do seu funcionamento.
Entretanto muitas interrogações persistem sobre as vantagens e as desvantagens de tal alinhamento mundial. No que tange aos países subdesenvolvidos, muitos questionamentos são feitos, sobretudo quanto à participação nas zonas de livre comércio.
Aproveitando o exemplo do ALENA, iremos, através deste trabalho, colocar elementos de reflexão sobre as zonas de livre comércio, procurando destacar algumas idéias-chave que julgamos necessárias para que esse debate seja realmente produtivo.
Esperamos que muito do que trazemos aqui sirva de ponto de referência para melhor avaliarmos e questionarmos não só o conceito liberalista de livre comércio, mas, e em especial, a própria constituição do MERCOSUL.
1 - O mundo evolui para as zonas de livre comércio
A intensificação do comércio internacional fundamenta-se, hoje, na preponderância de duas filosofias. Uma econômica, orientada para a complementaridade das economias mundiais e num contexto de interdependência, e outra, mais recente, referente âs relações internacionais. De acordo com esta última, o mundo moderno encontra-se em vias de constituir-se em torno de grandes zonas comerciais e políticas que substituem o ordenamento bipolar estruturado a partir da Segunda Guerra Mundial.
De fato, o Mundo tornou-se multipolar com o final da guerra fria. Assim, o multilateralismo que regeu o forte crescimento do comércio mundial a partir da segunda metade dos anos 40, tende a perder