Administração
Apesar da crise do emprego ser o tema comum na maior parte das formulações contemporâneas acerca do mercado de trabalho, estas não convergem quando se trata de apontar as causas e, conseqüentemente, as saídas para o problema em análise. Para autores como Castel (1998) e Rifkin (1995), a reestruturação produtiva – na medida em que permite que se produza mais, com menos mão-de-obra – é a principal responsável pelo decréscimo da oferta de postos de trabalho. Já Coutinho (1997) e Pochmann (2001) vêem a reestruturação produtiva associada à globalização econômica como causadoras do desemprego, notadamente, nos países periféricos. Uma terceira vertente – representada no Brasil por economistas como Amadeo (1998), Neri, Camargo e Reis (1999) e Barros, Cossio e Teles (2001) – atribui à conjugação reestruturação produtiva e despreparo dos trabalhadores para assumir os novos postos de trabalho, a responsabilidade pelo crescente desemprego. No caso brasileiro, observa-se que essa terceira vertente vem se constituindo na principal orientadora da discussão pública sobre o problema do desemprego. Essa é a versão com mais visibilidade na imprensa, além de ter orientado a política pública de maior abrangência elaborada no passado recente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para enfrentar a crise de desemprego contemporânea: o Plano Nacional de
Qualificação do Trabalhador (Planfor).
2 A versão que