Administração colonial do Brasil de 1500-1548
O período compreendido entre 1500 e 1530 é chamado pela historiografia tradicional brasileira como "pré-colonial". Esse recorte na história do Brasil ocorre pela falta de interesse, e de investimentos, por parte da coroa portuguesa. Para Portugal, o comércio com as Índias era mais lucrativo do que o extrativismo do pau-brasil. Toda essa situação econômica gerou um processo único ocorrido no seio da estrutura feudal: a constituição de uma fase intermediária entre a sociedade feudal e o capitalismo que chamamos de mercantilismo. Assim, como aponta Fernando Novais (1983), o processo de centralização e unificação (do Estado Português) tem claras relações com a política mercantilista, a expansão ultramarina e a formação de um mundo colonial: “... a colonização do Novo Mundo na Época Moderna apresenta-se como peça de uma sistema, instrumento da acumulação primitiva da época do capitalismo mercantil” (1983, p.70). Ao contrário dos espanhóis, que logo encontraram o ouro tão cobiçado para o pleno funcionamento mercantilista europeu, Portugal nos anos iniciais não encontrou a mesma facilidade e julgou não ser satisfatório a exploração do território além mar. Em Portugal, o governo de Dom Manuel, em linhas gerais, pode ser caracterizado como satisfatório graças a implantação de feitorias em larga escala, o que favorecia principalmente a burguesia, que via nas feitorias uma manutenção da exploração dos raros produtos vendidos na Europa provenientes da Ásia. Uma exploração da Nova Terra deveria ser altamente rentável para competir com os lucros oriundos das especiarias. Só diante da perda de suas colônias no Oriente e da concorrência comercial que lhe era feita por espanhóis, franceses, holandeses e, principalmente, ingleses e mais, diante da ameaça de que ocupassem seus territórios na América, como única alternativa viável na busca de retomar sua posição de império comercial, que Portugal se viu obrigado, a partir de