Administração 2013
Antes da formalidade do conceito de cultura de Edward Tylor em 1871, que definiu como cultura todo comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética, a idéia de cultura já vinha crescendo desde o iluminismo e ganhando consistência através de seus diversos pesquisadores, como Marvin Harris, Jacques Turgot, Jean Jacques Rousseau, entre outros.
Em 1690, o livro: “Ensaio acerca do entendimento humano” de John Locke já demonstrava que a mente humana é mais que uma caixa vazia, tendo o homem, a capacidade ilimitada de obter conhecimento através da endoculturação (processo de aprendizagem e educação de uma cultura, desde a infância até a idade adulta). Ele refutou fortemente as idéias de verdades inatas impressas hereditariamente na mente humana e ao mesmo tempo ensaiou os primeiros passos do relativismo cultural, afirmando que o homem possui princípios práticos opostos, dependendo do grupo social em que está inserido.
Em sua teoria, Jean Jacques Rousseau, chega a afirmar que o orangotango, seria uma espécie de homem selvagem e primitivo e que, com educação e cultura, a transição deste animal a homem seria possível.
Kroeber, em 1917, em seu livro: “ O Superorgânico”, rompeu os laços entre o cultural e o biológico, afirmando que o homem é diferente dos demais animais por dois motivos: 1º) A possibilidade da comunicação oral. 2º) A capacidade de fabricação de instrumentos capazes de tornar mais eficiente o seu aparato biológico. Assim, o homem é o único ser possuidor de cultura.
Portanto, o processo de separação iniciado por Lineu, continuado por Taylor e completado por Kroeber, representou o afastamento crescente entre o cultural e o natural.
As centenas de definições formuladas após Tylor e Kroeber, serviram mais para estabelecer uma confusão do que realmente ampliar o conceito de cultura, que foi construído no iluminismo a partir de uma visão da natureza humana excessivamente simples e