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Crianças com dificuldades na escola: onde mora o problema? Alunos com dificuldades de aprendizagem que chegam ao final do ensino médio com sérias problemas de leitura e escrita, ou praticamente não alfabetizados, representam 50% das crianças brasileiras, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). A escola, sem saber lidar com esses casos, muitas vezes, alega que a origem do quadro é patológica. Esse quadro é mais comum do que se imagina: cerca de 30% desses alunos são diagnosticados como portadores de uma deficiência, para justificar seu mau desempenho escolar. Dislexia, hiperatividade, déficit de atenção, déficit do processamento auditivo e deficiência mental são os nomes mais comuns dados ao problema.
Embora os números ainda não sejam formalmente reconhecidos pelo MEC, eles fomentam uma série de estudos que avalia a situação da educação brasileira e procura entender o que impede a aprendizagem de uma parcela tão grande de alunos.
O insucesso da criança na escola, porém, se deve a um conjunto de fatores que não são considerados pela maioria das pesquisas – e mesmo pela maioria das instituições de ensino. "Alguns termos científicos escorregam de sua área de origem para um uso popular, o que contribui para que ocorra um aumento indevido do uso de determinados rótulos. Nesses tempos modernos, os termos hiperatividade e dislexia me parecem campeões", avalia Sônia Sellin Bordin, fonoaudióloga que tem estudado e trabalhado com crianças com dificuldades de leitura e escrita que receberam um "diagnóstico" para tentar explicar seu mau desempenho escolar. Segundo a pesquisadora, a internet colabora para que esses diagnósticos se multipliquem. "Basta consultar um site específico desses distúrbios para que um grande número de crianças seja reconhecido como tal. No entanto, boa parte dos critérios apontados nessas descrições serve também para uma criança normal ou portadores de outros distúrbios que não esses", pondera.
O que acaba