acupuntura
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O acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de conversações
RICARDO RODRIGUES TEIXEIRA[1]
Um primeiro esboço deste texto serviu de roteiro para nossa comunicação durante o seminário “Integralidade: Saberes e Práticas no Cotidiano dos Serviços de Saúde” (IMS/UERJ,
2001). Esta versão final, contudo, já incorpora outros elementos e outras dimensões reflexivas, o que decorre — em grande medida, como é de se supor — da própria experiência dialogal do seminário. Além disso, prolongando numa forma escrita os diálogos iniciados no encontro, também teve grande importância para a conformação final deste texto, a leitura da coletânea Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde (Pinheiro e Mattos,
2001), dos mesmos organizadores do seminário e lançada alguns dias após o mesmo. Como resultado, no texto a seguir nem sempre é fácil distinguir o que é a expressão do autor e o que é a expressão desses diálogos.
Breves comentários introdutórios sobre a integralidade
Integrações e apartações
O já bem decantado caráter polissêmico da noção de integralidade no campo da saúde contrasta com o caráter bastante unívoco de seu sentido lexical. O velho Aurélio não glosa a palavra integralidade, mas se compreende claramente que significa a “qualidade de integral” e, de integral, ele diz: “Adj. 2 g. 1. Total, inteiro, global.” Apresenta mais três sentidos relacionados (cereal que não foi beneficiado; alimento preparado com este cereal; a integral de uma função matemática), mas seu núcleo semântico é bem claro e preciso: estar todo, inteiro, completo.
Ressaltar esse detalhe nos parece importante porque é sempre em torno desse sentido simples e geral que se dá a variação de seus sentidos no campo da saúde. As diferenças entre as várias compreensões de integralidade dependem fundamentalmente do que os diferentes projetos tecnopolíticos no