ACIDOSE
A acidose subclínica ocorre quando o pH do rúmen cai abaixo de 5,8. Com isso o crescimento bacteriano é reduzido, principalmente das espécies responsáveis pela degradação da fibra, de forma que a digestibilidade total da dieta fica comprometida. Os sinais mais comuns da acidose subclínica são hábito de consumo errático, alta variabilidade na produção de leite, fezes inconsistentes, pouca ruminação, e uma depressão geral na aparência da vaca.
O pH cai devido ao acúmulo de ácidos no rúmen, principalmente o ácido propiônico, que deriva da fermentação de carboidratos não fibrosos, especialmente do amido, principal constituinte dos grãos de cereais. À medida que o pH cai, as condições tornam-se propícias para o crescimento de microrganismos que produzem ácido lático, que é cerca de 10 vezes mais forte do que a maioria dos ácidos graxos voláteis (AGV) produzidos no rúmen, o que contribui ainda mais para a redução no pH do meio. Felizmente, em termos comparativos, as concentrações de ácido lático são bem menores que as de ácido acético e propiônico, os principais AGV produzidos pela fermentação ruminal.
Dietas ricas em carboidratos não fibrosos, de fermentação rápida, particularmente as que contém quantidades elevadas de grãos de cereais (amido), via de regra levam a quedas significativas no pH ruminal. Isso é muito evidente em vacas que consomem grandes quantidades de concentrado, poucas vezes ao dia, como é o caso de vacas a pasto de produção elevada, que recebem suplementação com alimentos concentrados.
Nessa situação, a vaca experimenta picos de pH baixo no rúmen, o que abre as portas para o desenvolvimento de microrganismos que produzem bastante ácido lático, instalando-se a condição de acidose, que prejudica bastente o desempenho dos animais.
Em função desse risco, não se recomenda formular dietas para vacas leiteiras com mais de 40% CNF na MS total. Mesmo se o teor de CNF ficar abaixo disso, se houver picos de ingestão de grãos, o problema