acidente vascular celebral
Conferência
Itens essenciais em bioestatística
Arq Bras Cardiol volume 71, (nº 4), 1998
Itens Essenciais em Bioestatística
Ângela Tavares Paes
São Paulo, SP
Provavelmente, desde o século XVII 1, as ciências da saúde vêm recorrendo à estatística como instrumento para a análise de fenômenos biológicos. Neste longo período, muitos conceitos e mudanças surgiram nos dois campos do conhecimento. Por um lado, os estatísticos começaram a desenvolver técnicas, motivados principalmente pela sua aplicação, por outro, os médicos passaram a dar ênfase à mensuração como estratégia de análise científica e, assim, a medicina progressivamente sofisticou suas análises quantitativas.
Nas últimas décadas, esta progressão foi vertiginosa apoiada pelo crescimento da atividade científica em todos os campos e pela revolução tecnológica representada particularmente pelos computadores eletrônicos.
Estimulada pelos desafios das ciências da saúde, a estatística respondeu tão vigorosamente que uma nova disciplina, a bioestatística, emergiu em seu meio, organizando um referencial teórico próprio e gerando uma grande variedade de conceitos, métodos e técnicas de análise. Para ser abordado, este universo tão vasto requer, inequivocamente, um estudo por partes, o que se busca neste artigo com a seleção de alguns itens para discussão.
Nível descritivo (p-value)
Na grande maioria dos artigos científicos as conclusões são baseadas nele; atualmente são raros os que não o utilizam; pesquisadores são ávidos para o revelarem, mas afinal o que é o “valor do p”?
O “valor do p” ou p-value é conhecido na estatística como nível descritivo e está associado ao que chamamos de testes de hipóteses 2. Portanto, para falar sobre isso é necessário uma breve introdução aos principais conceitos.
Podemos definir como hipóteses questões levantadas relacionadas ao problema em estudo e que, se respondidas, podem ajudar a solucioná-lo. O papel fundamental da hipótese na