acidente em goiania
Goiânia: O acidente radiológico que o Brasil esqueceu quarta-feira, 18 junho 2008 por Por Frank Toogood
O acidente nuclear de Goiânia, ocorrido em 13 de setembro de 1987, pode ser resumido como uma seqüência de besteiras misturada com irresponsabilidade e ignorância – no sentido de ignorar o real perigo da cisa toda.
Tudo começou quando Roberto Santos Alves e Wagner Mota, catadores de sucata, invadiram o antigo Instituto Goiano de Radioterapia, que tinha sido desativado há algum tempo. O objetivo era depenar o local e revender o metal para um ferro velho.
A operação ia bem, até que um deles percebeu uma máquina radioterapêutica. Obviamente, o rapaz não enxergou o objeto como PERIGO IMINENTE e sim como LUCRO CERTO. Perspicaz.
Um deles confundiu um pedaço da máquina – uma caixinha – com um peça de chumbo e levou-a para o ferro velho do seu Devair Alves Ferreira e de seu Ivo Alves Ferreira. No dia 18 de setembro de 1987, o acidente toma proporções catastróficas.
Os donos do ferro velho desmontaram a caixa e descobriram o “ouro azul”. Era um pó, muito parecido com sal de cozinha, entretanto, emitia uma luz azulada quando colocado em um local escuro.
Na verdade, o pozinho era Cloreto de Césio (césio-137)
No ferro velho, a descoberta fez a alegria das crianças e dos mais idosos. Como ninguém fazia idéia que o que eles tinham acabado de descobrir na caixa era altamente perigoso, nenhum cuidado foi tomado. As crianças brincavam de passar o pó no rosto e ir brilhar no escuro. Muitos dos que tiveram contato com o Césio-137 saíram do ferro velho e acabaram transmitindo o elemento radiológico, já que, em contato com o ar úmido, o Césio impregna roupas, alimentos e é facilmente espalhado para outras pessoas.
Algumas horas depois de acidente, muitos tiveram sintomas parecidos com intoxicação alimentar. Quanto mais as horas passavam, mais pessoas recorriam ao hospital para se tratar dos mesmo sintomas: náuseas, tonturas,