Abusos contra crianças e adolescentes
Autores têm considerado fundamental a influência da família e sua desestruturação como preditores para a criminalidade (Gover e MacKenzie, 2003; Craissati et al., 2002), o abuso de substâncias e as perturbações da saúde mental. Afirmam também que crianças expostas a um acúmulo de riscos estruturais e sociais têm maior probabilidade de manifestar problemas mentais (Arboleda-Flórez e Wade, 2001), tais como depressão na adolescência (Meyerson et al., 2002).
Os abusos físico e sexual têm sido relacionados à prática de delitos. O segundo, aos crimes da esfera sexual, enquanto o abuso físico vem sendo ligado a outros tipos de violência (Radosh, 2002; Lindsay et al., 2001).
Jovens delinqüentes mantidos em instituições penais freqüentemente provêm de cenários familiares caracterizados por abuso, negligência e outras experiências traumatizantes (Gover e MacKenzie, 2003). O abuso sexual na infância é considerado um fator de risco independente para um comportamento delinqüente (Swanston et al. 2003), com maior prevalência entre os abusadores sexuais reincidentes (Hanson e Harris, 1998, apud Aylwin et al., 2003).
O abuso sexual na infância é visto como fator de risco para a vitimização sexual na idade adulta, independentemente da atuação familiar (Messman-Moore e Brown, 2004), e para o desenvolvimento de psicopatologias futuras (Molnar et al., 2001).
Estudo realizado com prostitutas que atuavam em Miami, Estados Unidos (n = 325), demonstrou, que 50,5% das mulheres entrevistadas haviam sido vítimas de abuso sexual quando crianças. Um total de 51,7% dessas mesmas mulheres referiu ter sofrido violência (espancamento, estupro, ameaça com armas) por parte de seus clientes no ano em que