Aborto: um fenômeno social
Muito se fala sobre o que a sociedade espera de uma mulher: que seja paciente, amorosa e maternal. Por isso, não é à toa que o aborto induzido é considerado tão contrário à ordem natural das coisas, além de ir contra a realidade biológica da mulher, que é preparada especialmente para gerar e cuidar de seu filho ainda não nascido. E, é diante dessa ordem natural que nos deparamos com as conseqüências psicológicas que acometem as mulheres ao induzir um aborto.
O aborto coloca a saúde de quem o pratica em risco, isso é fato, e a mulher não está livre de ter problemas a longo prazo como infecções, hemorragias e perfurações uterinas, podendo levar à morte. E embora não haja propriamente consenso entre os psiquiatras sobre a existência de uma síndrome pós-aborto, a verdade é que existem inúmeros estudos publicados que indicam a existência de uma relação entre a prática de aborto e um risco acrescido de perturbações psicológicas, dentre elas: queda na autoestima pessoal; frigidez; insônia, neuroses diversas, doenças psicossomáticas e depressões. Partindo-se do princípio que fazer um aborto não seja um processo agradável, um dos mecanismos de defesa que pode ser utilizado pela mulher que aborta é a
“racionalização”. Assim, encontrada a justificação racional para a decisão de abortar, o próprio ato é visto pela própria, acima de tudo, como um procedimento físico. Pretendese assim que o impacto emocional da perda do bebê seja atenuado ou mesmo anulado.
Porém, é necessário saber que as conseqüências psicológicas do aborto são normalmente sentidas a longo prazo. Tal como ocorre designadamente no stress póstraumático, o período entre a ocorrência do aborto e o aparecimento dos sintomas psíquicos pode demorar alguns anos.
Aos poucos, os mecanismos de defesa psicológicos utilizados pelas mulheres, como citamos acima, acabam por ceder, abrindo caminho para o aparecimento de um sentimento de perda ou de luto, podendo conduzir a uma