Aborto, preconceito e enfermagem: análise do tipo de assistência à mulher em processo de abortamento provocado
(OBJETIVO): Correlacionar abortamento provocado e preconceito por parte do profissional de Enfermagem a partir do tipo de assistência que é dispensada e justificada pela Enfermagem a mulheres que provocaram aborto ou que estão em situação de abortamento provocado.
(METODOLOGIA): Trata-se de um estudo exploratório, dividido em levantamento bibliográfico, guiada pela análise do discurso e levantamento de campo por meio da observação participante, guiada pela análise do comportamento. Na primeira etapa, a que se refere essa exposição, foram analisados artigos científicos, publicados nos principais periódicos brasileiros de Enfermagem, além de monografias e teses sobre o assunto.
(RESULTADOS): A análise dos discursos das profissionais de Enfermagem revelam que elas julgam o aborto provocado primeiramente como crime e depois como pecado. Do mesmo modo, reconhecem que a assistência prestada à mulher que provocou aborto ou que se encontra em situação de abortamento provocado é discriminatória. A principal justificativa encontrada para essa valoração e prática é a de que esse tipo de fatalidade é uma atitude moral ou intelectual, sendo a gravidez indesejada consequência de más escolhas. Essa vertente moral procura se respaldar tanto em valorações jurídicas, por meio de categorias como censura, criminalização, julgamento, reprovação e punição, como em valorações religiosas, como pecado. Tais