Aborto em países em desenvolvimento.
As complicações relacionadas à gravidez causam entre 25% e 50% das mortes das mulheres em idade reprodutiva nos países em desenvolvimento, comparado com menos do 1 % nos Estados Unidos. Em alguns países em desenvolvimento, as complicações relacionadas com a gravidez são a causa principal de morte nas mulheres em idade reprodutiva (76, 233, 285). Na média, é 18 vezes mais provável que uma gravidez resulte em morte materna nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos (295). Ainda, milhões de mulheres nos países em desenvolvimento sofrem graves doenças e incapacidades, dor pélvica crônica, doença inflamatória pélvica (DIP), incontinência e infertilidade, causadas pela gravidez ou suas complicações (96, 166).
Nos países em desenvolvimento, a mulher está muito mais exposta ao risco associado com a gravidez e o parto porque a boa atenção médica, de alta qualidade, é muito menos disponível do que nos países desenvolvidos. Além disso, a mulher que vive em um país em desenvolvimento, geralmente, tem mais filhos e, conseqüentemente, está mais exposta ao risco de mortalidade ou morbidade materna. Em algumas regiões em desenvolvimento, a mulher corre um risco de morrer, por causas relacionadas com a saúde materna, até 300 vezes maior do que o risco enfrentado pela mulher em um país desenvolvido (285, 295). A mulher da África Oriental, por exemplo, tem um risco mais alto de mortalidade materna—um em 12—comparado com somente um em 3.700 para a mulher na América do Norte (veja a Tabela 1). Nenhum outro indicador de saúde varia de maneira tão dramática entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento (171, 229, 233, 295).
Além de ser uma tragédia para a própria