Abordagem marxista
A fundamentação materialista do pensamento de Marx, aliada ao método hegeliano, converge para uma interpretação fatorial dos fenômenos históricos. A estrutura e o desenvolvimento da sociedade são funções do fator econômico. As formas de produção determinam formas de consciência; a organização da produção – infra-estrutura – modal a superestrutura.
Quadro 1 - Fundamentação do pensamento de Marx quanto ao processo de produção
Tese
Antítese
Síntese
Sistema de produção que se afirma como melhor e mais adequado a determinada configuração.
Novas invenções tecnológicas, novos mercados, novos recursos naturais.
A oposição dos valores emergentes ao sistema vigente gera processo revolucionário que fará convergir o sistema – tradicional ou tradicionalizante – e a negação ou contestação dele. Surge, então, nova ordem econômica, sem interromper o processo histórico que se repetirá.
A dialética hegeliana é aplicada por Marx ao domínio empírico, substituindo-se o “espírito fundamental” pela “matéria”. A tese e a antítese definem-se, em qualquer sociedade, como classes. Nascida da revolução industrial, a sociedade ocidental contemporânea estratifica-se, basicamente, em burguesia – os que manipulam os meios e fatores da produção – e proletariado – os que constituem um dos fatores da produção, os trabalhadores. Essas duas classes fundamentais representam, respectivamente, a tese e a antítese. A luta de classes é a expressão histórica da dialética. Entretanto, o caráter inexorável do conflito, como postulado da razão prática, condiciona-se ao desenvolvimento da consciência de classe. A burguesia representa o sistema capitalista, a cristalização no status quo. A organização político-jurídica, a religião, a arte, o complexo axiológico que embasa o processo educacional compõem a superestrutura zelosamente sustentada pela burguesia. Com efeito, essa se mantém como estrato mais elevado enquanto se mantiver o sistema. As