Abandono infantil
Não se pode construir uma sociedade mentalmente sã sobre as bases do abandono de crianças. A criança nasce com seu ego incompleto, que irá se desenvolver a medida que internalizar a outra parte do seu ego, que está contida em seus pais; a partir disso se criou um conceito que designa os pais como sendo "o ego auxiliar" da criança (FREIRE,1994).
Nos primeiros meses de vida, a criança incorpora em seu processo evolutivo, o que a mãe vai dando em sua alimentação, isto se prolonga e assim vai incorporando hábitos, costumes, atitudes, e quando já os têm suficientemente internalizados, e dessa forma vai se produzindo uma ruptura, ou separação do "ego auxiliar".
Com o produto do abandono, é um ser inacabado, é um ser que não pode possuir um "ego auxiliar", é um ser que não buscou desesperadamente esse ego que lhe foi negado, esse ego representa a segurança, e que por isso ficou seu crescimento pessoal e social.
Existem dois tipos de abandono: o total e o parcial
O primeiro se refere ao abandono do pai e/ou mãe, que retiram da criança todo o apoio de que necessita, impedindo-lhe de contar com a possibilidade de ter o seu "ego auxiliar", totalmente necessário para o desenvolvimento.
O segundo, é o que se produz devido a uma estrutura parental deficitária dos pais – porque não dão a atenção necessária aos filhos, dando prioridade a outras ocupações, porque entregam a responsabilidade