Abaixo o monopolio do mal (narcisista)
Narcisistas, paranoicos ou pessoas completamente normais. Ser cruel não é exclusividade de psicopatas
por Texto Maurício Horta
O Oriente é vermelho/ O Sol nasceu/ A China deu à luz /Mao Tsé-tung/ Ele trabalha pelo bem do povo/ Urra, ele é o nosso grande salvador", entoavam os chineses durante a Revolução Cultural (1966-1976) sob os olhos dos onipresentes retratos do Grande Timoneiro.
De 30 milhões a 70 milhões morreram entre 1949 e 1967, anos em que Mao Tsé-tung (1893-1976) governou a China. Em 1958, decidiu que o país produziria mais aço que o Reino Unido. Forçou a coletivização do campo, fez obras de infraestrutura sem engenheiros qualificados (intelectuais eram pragas burguesas) e derrubou florestas para alimentar fornos de fundo de quintal que produziriam aço de baixa qualidade com mão-de-obra desviada da agricultura. Foi seu "Grande Salto Adiante" (1958-1961) - fórmula que resultou em declínio na produção agrícola, fome em massa e dezenas de milhões de mortos.
Para reafirmar sua autoridade, Mao lançou 5 anos depois a sua Revolução Cultural. Mandou intelectuais plantar repolho, destruiu parte da herança cultural chinesa e instaurou o culto absoluto a sua personalidade. Teria sido ele um psicopata?
Não.
Nem toda maldade extrema é cometida por psicopatas. Transtornos da personalidade ocorrem numa pessoa quando ela, embora tenha a mente sã, não vive de uma forma completamente normal, e isso faz com que ela ou aqueles à sua volta sofram. O transtorno da personalidade antissocial, associado à psicopatia, é apenas um de uma lista de transtornos classificados pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, da sigla em inglês) - e um tipo patológico demais para a análise de líderes políticos, segundo Aubrey Immelman, especialista em perfil psicológico de políticos, da Universidade Saint John, EUA.
Que transtorno teria então levado Mao a fazer tantas pessoas sofrer sob seu regime? Segundo Michael M. Sheng,