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A divisão do tempo é consequência da importância a que se atribuem certos valores na vida. Como o trabalho, na maioria das vezes, é visto como decisivo nessa divisão; em função do tempo de trabalho, as demais atividades acabam sendo secundárias. A história demonstra que, até o final do século XIII e início do século XIV, não havia separação na utilização do tempo, pois o tempo de trabalho não era tomado inteiramente. Vivia-se um tempo natural, balizado pelos fenômenos da natureza (THOMPSON, 1991). A distinção entre vida e trabalho deu-se após a
Revolução Industrial, quando o trabalho tornou-se a forma de auferir a vida, mas não tendo o significado da mesma.
O tempo de trabalho pode ser definido como aquele destinado à produção de meios para a própria sobrevivência. Quando este não for o caso, diz-se que o tempo é livre ou de não trabalho.
Nessa concepção, percebe-se como é fundamental o trabalho na formação do tempo livre: o trabalho define o tempo na vida dos indivíduos, visto que trabalhar é viver.
Antes, o trabalhador detinha o controle sobre o processo de produção e, assim, o fazia de acordo com a sua vontade ou as exigências impostas pela 15 natureza, pois até então a ideia era trabalhar para atender às necessidades básicas.
Com o advento do capitalismo, essa independência acabou e