A3 memoria
Presença do "eu";
Como marcas de enunciação, identificam-se: predominância das formas verbais na lª pessoa; recurso aos pronomes pessoais e aos determinantes possessivos referentes ao sujeito (eu, me, mim, nós; meu, minha, nosso ... ); [deíticos pessoais]
Discurso subjetivo e predomínio da conotação;
Uso de adjetivos expressivos;
Presença frequente dos verbos ser e estar;
Referências espaciais; [deíticos espaciais]
Frases de tipo exclamativo e interrogativo.
Ao contrário do diário, a memória ocupa-se de registos do passado. Procura traduzir imagens sensoriais recebidas mas afastadas no tempo e, muitas vezes, do espaço concreto ou ambiente em que se produziram. Influenciada pela afetividade e pela vontade, identifica-se, frequentemente, com a consciência do Eu e apresenta-se datada por um tempo interior. Identificando vivências e experiências passadas, criando pontes entre tempos, espaços, factos e pessoas, favorece a construção de novos sentidos para o presente da vida humana. Torna-se, assim, numa obra histórica, que, situada no presente da memória, recorre ao passado para olhar o futuro.
O estudo das memórias que constituem a nossa identidade resulta da necessidade de, globalmente, conhecermos as nossas raízes civilizacionais e culturais e as ideias que marcaram a história do nosso país e as características do nosso povo.
Exemplo 1
Um dia, na aula de Mecânica, parti um ponteiro. O professor ainda não tinha chegado e nós aproveitávamos o tempo para armar o arraial do costume, uns a contar anedotas, outros a atirar aviões ou bolas de papel, outros a jogar às palmadas (magnífico exercício para estimular os reflexos, porquanto o jogador que tem as palmas das mãos para baixo terá de tentar escapar à palmada que o jogador que tem as palmas das mãos para cima vai tentar dar-lhe), e eu, para exemplificar o uso da lança, já não sei a que propósito,