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A prática do “finning” está colocando os tubarões em perigoEdison Barbieri, edisonbarbieri@yahoo.com.br, pesquisador científico do
Instituto de Pesca, www.pesca.sp.gov.br, Cananéia (SP)
Há mais ou menos 400 milhões de anos os tubarões habitam os nossos oceanos, o que dá uma boa idéia da perfeição de sua adaptação ao meio em que vivem. Mais antigos que os dinossauros e mesmo ainda sem sabermos muitas coisas sobre eles (pois ainda não são minuciosamente estudados), muitas espécies estão em perigo de extinção.
Apesar de sua fama de feroz e sanguinário, o que não representa a realidade, os tubarões constituem um grupo zoológico altamente vulnerável, especialmente por sua característica de lenta recuperação populacional. Por ocuparem o topo das teias tróficas, as populações de suas diferentes espécies contam com relativamente poucos exemplares, têm baixa fecundidade e longo período de gestação, apresentam crescimento lento e levam muito tempo para se tornarem maduros (muitas espécies são de grande longevidade).
Por serem predadores de topo, contribuem para manter equilibradas as populações de diferentes espécies marinhas, suas presas nos ciclos tróficos. Em seu estudo sobre a pesca de elasmobrânquios no Caribe, o Dr. Jordi Bascompte demonstrou que a pesca seletiva de tubarões está influindo na diminuição dos recifes de corais naquela região. Este trabalho, que explora um amplo espectro do ecossistema marinho do Caribe, pôde avaliar como uma redução importante do número de tubarões estava provocando o incremento da população de peixes que lhes serviam de alimento, estes por sua vez predadores de coral.
Sem dúvida, o Homem é o predador mais feroz e insaciável e, nos últimos anos, está colocando em perigo esses animais, simplesmente por causa do alto valor de mercado das barbatanas de tubarão, sendo os grandes responsáveis por isso os consumidores asiáticos. Na atualidade, as barbatanas de tubarão são, dentre os produtos extraídos do mar, um dos mais valorizados