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TRABALHADORES COMO UM CAMPO DE LUTA ENTRE CLASSES
SOCIAIS
Rosângela da Silva Almeida*
RESUMO: O artigo faz uma reflexão sobre as estratégias dos trabalhadores ante as condições precarizadas de trabalho, no tempo presente. Na lógica que tenciona o determinismo do modo capitalista de produção no processo de trabalho, e a autonomia dos trabalhadores para intervir no mesmo. Desse modo, busca evidenciar as condições em que se constroem tais estratégias, na busca da garantia de direitos e de novos caminhos de transformação da realidade no trabalho.
Palavras-chave: Processo de Trabalho, Determinismo Capitalista; Autonomia do
Trabalhador; Saúde do Trabalhador; Estratégias de Conformidade e de Resistência.
INTRODUÇÃO
A todo o momento, os assistentes sociais são desafiados a entender a forma como aparecem e repercutem os processos sociais no modo de vida das pessoas, que inclui as experiências sociais e os significados atribuídos a elas. Para isso, dialogar com saberes múltiplos se torna imperioso para a compreensão do engendramento dos fenômenos. Como bem lembra Martinelli (1999), desvendar essa construção social passa pelo trânsito entre a forma de ser e a forma de aparecer, ou seja, passa pelo político, pelo histórico e pelo social.
Nessa acepção, busca-se, neste artigo, articular as formas de aparecer dos modos organizativos do trabalho, no tempo presente, imbricados ao modo capitalista de produção, ao agir do trabalhador frente ao ambiente de trabalho precarizado.
A importância dessa investigação se expressa na convicção de que conhecer o modo de vida dos sujeitos pressupõe estar a par de suas experiências sociais, sobretudo no âmbito do trabalho, onde permanecem grande parte do dia. Sabe-se que no viver cotidiano do trabalhador, situa-se a reestruturação da Economia capitalista mundial, que se define como reestruturação produtiva, introduzindo um novo cenário que traz diversas formas de precariedade no mundo do trabalho, tal como o